segunda-feira, fevereiro 13, 2006

O lugar das tatoos

Olha, nada contra tatuagem. Pra ser sincero, tô até pensando em colocar uma pigmentaçãozinha na minha pele. Nada pra agora. São apenas idéias que passam pela minha cabeça.

O que é engraçado das tatuagens é o lugar onde elas são feitas. Não o estúdio, a parte do corpo. Nos homens, pelo pouco que eu costumo reparar em homens, rola uma variação. O braço ainda é o lugar mais escolhido, principalmente pelos pitboys ou ratos de academia. Dragão, cobra, símbolos celtas, coisas dos gêneros. Depois do braço, as costas. Na praia, ou quando alguém tem a brilhante idéia de usar regatas, dá pra comprovar isso. Tem também gente que faz na batata da perna, na barriga, no peito, e alguns um tanto quanto desprovidos de massa encefálica, chegam a fazer no rosto, né Mike?

Já as mulheres parecem que não tem muita criatividade pra isso (elas têm milhões de neurônios a menos, não as culpo). De duas uma. Ou é nuca ou é aquela partezinha logo acima do cofrinho. Repare. Se bobear, você mesma tem tatoo em um desses lugares. Seria tão melhor se as mulheres começassem a variar, não seria?

A tatoo do pescoço, a não ser que a mulher seja a Sinead O’Connor, sempre fica escondida. Só aparece quando as mulheres fazem rabo de cavalo. E aí não vale. Não adianta nada mostrar a tatoo quando se está com rabo de cavalo. Depois da bata, o rabo de cavalo é a coisa mais anti pau-durecência que já inventaram. Ele praticamente anula o efeito da tatuagem, quando não deixa o placar negativo. A saída é aquela jogadinha de cabelo, mas eu duvido que as mulheres queiram ficar o dia todo jogando o cabelinho pro lado. Isso só acontece nas propagandas de Seda Ceramidas. Ou seja, as tatuagens da nuca são feitas pra não aparecer.

No cofrinho, com o perdão do imperdoável trocadilho, o buraco é mais embaixo. Além de ser mais charmosinha, ela ainda costuma ficar aparente com frequência. Ali é uma região mais, digamos assim, mostrável. Biquininho, blusinha, camisetinha, top, top-less. Ainda mais quando a calça é de cintura baixa (palmas pra Gang). Ela aparece, e fácil, fácil. Fora que alguns movimentos potencializam essa tatoo. A tradicional pegada de caneta, sempre presente em trotes de faculdade naipe ESPM, onde as minas vão bebaças fazer essa prova, é um belo exemplo. A florzinha ou o anjinho ou a estrelinha (mulher não tem muita dúvida na hora de escolher o desenho, né?) quase saltam na sua cara. E quando a mina vai sentar então, nem se fala. As calças de hoje teimam em descer. Não importa se a mina senta de perna cruzada, perna de índio, não importa. A calça sempre dá uma mãozinha, ou melhor, um cofrinho. Mas, mesmo assim, é um lugar-comum. A tatoo feminina tá pro cofrinho como o a lambança tá pro Junior Baiano.

Tô pra ver o dia em que essa situação vai mudar. Imagina só: tatoo no peito. Não no peito, peito, perto do bico. Ali, meio colo meio peito, que dá pra ver quando o decote tá nos trinques. Ia unir o agradável ao mais agradável. A paixão nacional número dois, o decote, e a tatuagem, que sempre dá um charme a mais para os lugares em que se instala. Aquela sempre perigosa e proibida olhada pro decote ia ficar ainda mais desejada. Sem dúvida. Já que a chance de ver um mamilo é muito pequena (apenas fotógrafos experientes que trabalham na seção “Click” são capazes dessa proeza), pelo menos teremos a chance de ver um desenhinho. “Ah, aquela estrelinha no peito. Dilícia”. Pras mulheres, serviria também pra distrair a atenção dos homens a um fato muito comum: peitos de tamanhos diferentes. Quase todas tem, mas, nós quase nunca notamos. Tá aí, tatugem no peito. Tomara que essa moda pegue no próximo verão.

1 Comments:

At 18:30, Anonymous Anónimo said...

Muito bom!!!

 

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