Só 3 quilinhos
Eram só três quilinhos a mais. Coisa pouca, bobagem. Se fosse mulher, vá lá, nunca vi uma gostosa que não se achasse gorda. Mas o Luís Paulo não era mulher. Muito menos gostosa. E tinha inventado essa moda: queria se internar num spa.
Os amigos, tirando o Jorge, que depois daquele mês em Londres nunca mais foi o mesmo, falaram um monte. Que spa era coisa de biba, que ele ia jogar dinheiro fora, que homem sem barriga não é homem. Falaram até que ele não jogaria mais no time se não desistisse da idéia. Ele não ligou.
A sua mulher, pelo contrário, tinha adorado. Reclamava tanto da barriga dele, que tinha chegado ao ponto de proibir o Luís Paulo de ir pra praia sem camisa. Vê se pode. Como ele achava aquele negócio de passar protetor a coisa mais chata do mundo, no fim do dia parecia um argentino. É, pois argentino que se preze não consegue ir pra praia sem ficar com marca de regata.
Reclamava também que ele não era mais o mesmo, se referindo ao sexo. O Luís Paulo fingia que não ouvia, até o dia que não conseguiu amarrar o tênis. Não por causa da barriga, afinal eram só três quilinhos. Não conseguiu amarrar o tênis pois ficou paralisado quando viu um desenho que sua filha de 4 anos tinha feito. Era ele próprio chutando uma bola de futebol. Até aí, nada de errado. O problema foi quando ele leu a legenda: papai é o que tá chutando.
4 Comments:
poatz, ele devia é ter ficado feliz... porque a filha, escrevendo legenda de desenho com 4 anos, só pode ser superdotada!
detalhes à parte, nunca tinha entrado aqui. gostei muito. surpresa mais que boa.
petonet.
"tirando o Jorge, que depois daquele mês em Londres nunca mais foi o mesmo"
Alguma semelhança com a realidade?
Espero que não...
Autobiográfico talvez???
beijinhus
Luii, tá tdo bem c/ vc? Hã?
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