segunda-feira, novembro 24, 2008

Levando

Quando você demora mais de cinco minutos para vestir a meia de manhã, alguma coisa está errada, pensou ele, enquanto tentava passar entre uma senhora que há tempos não sabia o que era banho e um senhor, que se sabia o que era banho, há tempos não lembrava pra que ele servia.

Sete da manhã e ele lá, naquele ônibus cheio, pensando no seus excesso de problemas e na sua falta de soluções. Ou perspectivas, como diria aquele cara que falava de economia na rádio que ele escutava religiosamente das 7 às 9h, enquanto estava no 6417-C.

As noites bem dormidas, os dias felizes, os feriados que pareciam não acabar: tudo isso era passado. Um passado tão distante quanto aquele trampo que ele tinha arranjado. Quase 2 horas sacolejando tal qual uma dançarina de funk no movimento Créu velocidade 4. Todo dia.

Pensava no futuro, lembrava do passado, esquecia do presente. Afinal, aquilo não era presente. Nem em inimigo secreto dava pra receber um presente tão ruim quanto aquele.

Mas ele ia levando. Porrada, bronca, rasteira. Mas ia levando. E assim foi até o final, quando atravessou bem em frente do seu tradicional 6417-C.

2 Comments:

At 12:20, Anonymous Anónimo said...

Menino, vc é gênio.

Felix

 
At 22:48, Blogger Unknown said...

hahaha ótemo!

 

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