segunda-feira, fevereiro 13, 2006

CPIZZA

Ninguém gosta do tema ‘política’. Isso é fato. Política é sempre isso, sempre aquilo, corrupção pra todo lado e nunca tem ninguém que preste.

Mas acontece que tem uma série de pessoas que, profissionalmente, precisam acompanhar as notícias do país. Mesmo isso sendo um saco. Não podem simplesmente chegar no escritório sem saber quanto foi desviado da última obra pública. É pior do que chegar tarde.

Com os avanços do marketing para toda e qualquer área imaginável, uma hora ia chega na política. Então resolveram tornar esse lance todo de política mais divertido de se acompanhar. E pra isso inventaram as CPIs. CPI nada mais é que um enorme jogo de tabuleiro. Um Banco Imobiliário versão Real Life.

Pra começar, estamos falando de pessoas que têm mesmo todas aquelas propriedades do jogo. Helicópteros, aviões, navios, Avenida Atlântica… Tudo de verdade.

Outra coisa é o formato do tabuleiro: não tem fim. O começo é sempre muito legal, todo mundo acha que dessa vez vai dar alguma coisa. Mas aí vem a segunda rodada, a terceira, quarta e nada… Quando vê, tá todo mundo dando volta sem chegar a lugar nenhum.

Conforme vai ficando entediante, tanto a CPI quanto o jogo, começa a rolar a palhaçada entre os envolvidos. Faz-se uma parceria aqui, empresta-se uma grana por fora alí… São esses escândalos que fazem o jogo, tal qual a CPI, ganharem fôlego pra voltar a atrair a atenção dos interessados. Mesmo assim, ambos estão fadados a voltar ao mesmo tédio de antes.

A festa só acaba mesmo quando surgem os mega endividamentos. Ir para a prisão, que era absolutamente temido no começo, passa a ser a melhor solução no final. Assim você se livra ‘legalmente’ de pagar tudo o que deve e ninguém mais lembra de você.

A única diferença entre os dois é que, na CPI, não existe sorte ou revés. Só saídas livre da prisão.

3 Comments:

At 18:06, Anonymous Anónimo said...

Odeio a carta "Saida livre da prisão"!!

Seu texto foi o gancho pro meu desabafo.
Sempre quis dizer isso... valeu!

 
At 18:25, Anonymous Anónimo said...

Eu sempre fui a Banca. Seria eu um Marcos Valério?

 
At 21:17, Anonymous Anónimo said...

gorditcho, sem contar quando vc coloca uma nota a mais de 500 no seu montinho... clássico!! Ótema analogia...

 

Enviar um comentário

<< Home