Ê, Miltão
Peso e elogio. Duas coisas que o Miltinho, ou Miltão, ganhava com extrema facilidade. Mais o primeiro do que o segundo, é verdade, até por motivos óbvios. Mas, por incrível que pareça, quanto mais ele engordava, mais ele fazia sucesso. Sim, com as mulheres também.
Quem reparou isso foi o Juca, num desses churrascos com o pessoal do futebol. Eles estavam conversando sobre mulheres, obviamente, quando o Juca soltou a pérola: “Quando a mulher começa a pegar muito no seu pé e pouco no seu pau, tá na hora de trocar de mulher”. Todo mundo achou graça. Menos o Miltão. “Mulher pra mim é que nem flor. Gosto de regar pelo menos uma vez por dia”.
Entre risadas, o Juca comentou que o Miltão falava com propriedade, porque ultimamente aparecia com uma mulher diferente a cada semana. E com um quilo a mais a cada semana, finalizou ironicamente. O pessoal achou graça. Só o Miltão que não. “Quem gosta de osso é cachorro.”
O pessoal não tava se agüentando mais. O Miltão não podia estar falando sério. Antes, quando falso magro, ele era quase um mestre-sala, que ficava ali, sempre ao lado da mulherada, mas só vendo os outros secarem. No máximo, um arame liso, que cerca mas não machuca.
Hoje, a situação era diferente. Com quase cem quilos, chovia mulher na horta dele. Ninguém sabia porque, afinal, ele não era nenhum Gianechini. Tava mais pra Sergião Loroza. E mesmo assim, a fila tava grande. Foi aí que ele resolveu explicar.
“Eu faço sucesso porque já me decidi: sou um heterossexual passivo”. Neguinho resmungou lá de longe. “Que porra é essa, Miltão?”. E com o sorriso mais maroto que podia fazer naquele momento, Miltão finalizou:
“Eu fico deitadão, paradão, e elas ficam só por cima, fazendo tudo”.
Ê, Miltão.
4 Comments:
Não li o texto, mas achei genial!!!!!
brincadeira: li sim!!!!! hiihihihi ( sou gay? )
Boa, Miltão...
só falta as mulé agora!
Eu tento explicar isso pros homens, mas eles relutam em aceitar uma realidade assim tão básica.
hehehehehe...ótimo texto. Viva Miltão.
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