quinta-feira, abril 06, 2006

Uma não muito estranha no ninho

Depois que a gente começou a escrever aqui, foi engraçado ver nossos amigos sugerindo temas para textos. Parece que, de repente, eles começaram a reparar nessas pequenas idiotices do dia-a-dia que merecem, no mínimo, algum comentário. Mas teve uma fã/tiete que foi um pouco mais além: resolveu também se arriscar numa crônica. E como o texto envolve duas das minhas maiores paixões - o futebol e a autora - achei que seria legal colocar aqui. Parabéns Bi, ficou muito bom!

PS: Não que eu compartilhe da mesma opinião, ok?


Polemicagem 1: Política da bola e circo.

Domingo é final de campeonato. Pergunta: "Que campeonato?!". Não interessa, qualquer um. Ahhhh é diferente do da semana que vem, imperdivel porque acontece só domingo, independetemente de q tenha um a cada domingo.
Descobri que existem muitos campeonatos: Paulistinha, (o q me faz a pensar q qq outro estado tb tenha o seu), o Brasileiro, o das Américas, aí tem o Mundial, não o bastante tem a Copa, e as Olimpíadas (embora eu não entenda, pq parece q se não tivesse nas olímpiadas não faria quase diferença. Se pressupõe que futebol não precise nem ser esporte mais)
E isso num é esporte. Pelo jogo no estádio, parece show de rock. Pela torcida na paulista, manifestação estudantil (antes fosse, pelo menos mudava alguma coisa). Pela venda de camisetas, moda (pq sim, torca-se de camiseta assim como a coleção de outono-inverno muda todo ano e é sempre a mesma). Pela bola, que é sempre redonda, mas impressionantemente sempre tem como mudar alguma coisa, parece marketing. Pelos jogadores de futebol, que vendem de sabão à chiquete, é no minimo show bussines. Pelos casamentos feitos, refeitos e trifeitos, parece no mínimo um bom negócio.
Mas realmente vamos focar o problema, se um cara assistisse o jogo, gritasse gol, e se sentisse prenchido emocionalmete por isso, não teria nenhum problema. Mas num é assim. A indústria futebolistica só funciona em grupos. Pra que assistir jogo, se num é pra falar no dia seguinte pro porteiro que ele perdeu, ou vice versa?
Quando a bola rola todo mundo é igual, torce pra mesma causa, que é um gol. Só, simplesmente, um gol. Todo mundo poderia torcer pra mesma causa, a irradicacão da fome no mundo, o fim do analfabetismo… todo mundo é igual perante a corrupção do congresso, mas isso num daria assunto de elevador.
Já diria Rita Lee "Quem quer trocar a copa do mundo, por um país sem vagabundo?" Em ano de Copa no país da Bola, não há eleição, CPI ou qualquer coisa. Em terra de bola, só se rola, se enrola, enrola...

Por Bia

sábado, abril 01, 2006

Invenção

Sempre admirei inventores. É impressionante a capacidade que esses seres têm de solucionar problemas humanos com simplicidade e criatividade. Você não cheira bem? Pronto, tem um cara que desenvolveu o desodorante para facilitar a sua vida. Você odeia cortar batata? Liga pro 1406 que certamente alguém inventou algo para você não precisar descascá-las. Enfim, hoje em dia não consigo ver mais nada que possa ser inventado. E a maior prova disso é que já estão reinventando os produtos pela segunda vez. Parece até aquelas refilmagens de filme preto e branco: a idéia era ótima em 1956, mas hoje precisa dar uma adaptada senão ninguém aguenta. Moral da história: as novas invenções servem para melhorar as antigas.


Por exemplo, o palito de dente. O cara que inventou na época era um gênio: uma madeirinha descascada e pronto, seu dente estava “limpo”. Deve ter vendido milhoões. Daí com o passar dos anos, chegou um espertalhão e inventou o fio-dental, que tem o mesmo principio do palito de dentes só que melhorado. Acabou que ele vendeu bilhões e ainda fez o inventor da idéia, aquele que descobriu e solucionou o problema de carne no dente, a morar na sarjeta. Diz agora pra mim quem é o gênio? O do palito, coitado, é até humilhado por ter inventado um produto tão antiquado. Bem injusto.


Bom, até aí beleza pois os produtos por mais que sejam variações de outros, funcionam bem. Agora o que não me entra na cabeça são aquelas idéias que têm como única função o seguinte: não funcionar. Impressionante como tá cheia delas por aí.

Puxa vida, não da pra entender como uma pessoa que depois de observar um problema, fazer milhares de reuniões, analizar idéias de todos os jeitos chega a uma brilhante solução de criar algo incrível e nunca funcional como o picote de papel. Isso sim não me entra na cabeça. Se você já foi a um banco ou correio já deve ter percebido que nunca , ainda mais na pressa, é possível abrir um envelope perfeitamente utilizando o picote. Sabe aquela marquinha que já vem certinha para rasgar sem precisar usar a tesoura? Então, use a tesoura. Porque tanto um cara com Alzheimer quanto um cirurgião plástico não conseguem abrir aquilo perfeitamente de primeira. Sempre o começo dá certo, até que chega depois da metade e você fode tudo. Rasga papel e se sente um retardado por não ter conseguido seguir a linhazinha tão simples e feita pra dar certo. Mas aí é que tá: foi feito para não funcionar. Invenção bosta. Outro exemplo? Embalagem de presunto ou peito de peru industrializada. Desista de abrir aonde estão pedindo. Sempre abre melhor do lado oposto.

Outra invenção que acho sensacional é plaquinha de piso molhado. Começou a chover e o chão do shopping molhou? Fica tranquilo que você não vai escorregar. Vai ter uma plaquinha amarelinha com um bonequinho mongol escorregando para te avisar. O engraçado é que ela é desnecessária. Pensa comigo: o funcionário assim que percebe uma gotinha no chão sai de sua posição, atravessa o shopping inteiro, vai até uma espécie de almoxarifado, tira todos os rodos, toalhas e papéis absorventes do caminho para achar uma plaquinha que previne seu escorregão. Caramba, por que não seca logo de uma vez o molhado? Seria preguiça? Não, a resposta é mais simples: porque aí as plaquinhas não teriam função nenhuma.

E tem muitas outras invenções que não servem para nada, a não ser pra dar migué: marcador de página sendo que todo livro atual vem com orelha, cortador de pizza ( usa a faca que dá no mesmo), lingueta de tennis, disco laser, pesinho de papel ( já ouviu falar em gaveta?), prendedor de gravata, porta-treco ( olha que invenção magnifica: uma caixinha pra você guardar coisas que não sabe a função), pesinho para não bater a porta, enfim, muitas outras.

Ou seja, invenções que não dão certo e/ou não tem utilidade importante. Mas migué mesmo deve ser quem trabalha em fábrica de extintor de incêndio. A função dele é vender um produto que dificilmente vai ser usado. Quase que uma vez a cada 35 anos, dependendo da estatística de incêndio ou de alunos do ginásio que não tem o que fazer. E já que dificilmente vai ser usado, quem garante que não foi feito nas coxas? Quem compra não testa mesmo…

Ahhhhhh, e antes que você fale de padrão de qualidade, lembre-se: estamos no Brasil.