segunda-feira, julho 17, 2006

London, london

Impressionante: praticamente nao se encontram londrinos em Londres. Arabes, paquistaneses, chieneses, japoneses e suas cameras, brasileiros pra cacilda. Enfim, eh uma cidade incrivel. Outra coisa que voce nao encontra aqui sao os acentos. Acho que deu pra perceber, ne?

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Aviso: quando estiver no aviao, nunca tente, em hipotese alguma, passar entre a bandeja da aeromoca e o resto do espaco que sobrar no corredor. Nunca. Sao grandes as chances dela derrubar algo em vc. E, em um voo de 12 horas, eh a ultima coisa que vc vai querer.

Falando nas aeromocas, elas foram muito gentis no meu voo ate Amsterda. Eu tenho plena conviccao que a maioria das aeromocas, antes de comecar na profissao, era instrutora de acampamento. Sempre falando alto, sempre mostrando que sabe um monte de linguas, enquanto vc fica lah, meio bobo na hora de escolher entre chicken ou pasta. Me lembrou meus tempos de Carrocao e Paiol Grande.

sexta-feira, julho 14, 2006

London Calling

Bom, amanhã, 15/06, estarei partindo para um período de 108 dias na Europa.
Fico um mês em Londres, depois parto para a chamada 'Europa Continental'.
Vou atualizar o blog de lá, principalmente no primeiro mês, quando terei acesso fácil ao computador.
A partir do próximo post, vou escrever em inglês e português. Ou seja, vai ter erro pra cacilda.
abraços a todos,
Luiz Felipe - Menino - Catatau - Lui

segunda-feira, julho 03, 2006

No país da leitura

Trabalhava na livraria há 2 anos. Desde que aquela filial foi aberta. Era faxineira. Passava o dia todo limpando livros. Um por um. Uma espanada rápida sobre a capa, às vezes um paninho úmido, nada mais do que isso. Os que ficavam em destaque mereciam um pouco mais de atenção. Ordens do chefe. Ela tirava um por um com calma, espanava a capa, abria, espanava a primeira página, arrumava as etiquetas de preço que teimavam em cair, e colocava novamente no seu lugar. Sabia de cor onde ficava cada um. De romances até os de auto-ajuda. Mas se alguém perguntasse onde ficava algum deles, ela não responderia, por vergonha mesmo. Nunca tinha lido um livro na vida.

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Todo dia depois da aula era a mesma coisa. Ia correndo para o ponto, pois o ônibus que pegava só passava uma vez por hora. E ele definitivamente não gostava de esperar. Ônibus sempre cheio, trânsito sempre complicado, cobrador sempre sem troco. Pulava a catraca de vez em quando, mas não exagerava. Descia sempre dois pontos antes de casa, pra dar uma espiadinha nas novidades da livraria. Na hora do almoço, ela sempre estava fazia. Entrava, olhava lentamente pra cada prateleira, até achar alguma coisa interessante. Sentava na cadeira, e sem a mínima cerimônia, lia um livro. Quando tinha tempo, lia capítulos inteiros. Se não gostava do livro, largava ali mesmo, com a leitura pela metade. Gostava dos autores ingleses, que abusavam da ironia. Os russos também eram bons, mas como ninguém lia, quase nunca tinha novidade. Evitava Paulo Coelho, pra não “baixar o nível”. Quando não tinha nenhum segurança por perto, tirava os livros do Dan Brown da prateleira, pra ninguém poder encontrar. Achava que poderia mudar o mundo desse jeito.

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Desculpa de quem não gosta de ler jornal: suja a mão. Oras, pra isso há solução. É só lavar as mãos depois que acabar de ler. Aposto que uma água com sabão resolve. Agora, e o cérebro, como é que fica?